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Hei, como assim? Supostamente, nem era pra doer, era pra ser como olhar para um objeto, sem vida, sem graça, sem valor... E aí, quando minha esperança está prestes a apagar, você simplesmente me olha, e as reascende. E de repente eu percebo que tudo o que voce faz, é um sinal, pra que eu me aproxime, chegue mais perto, fale contigo... E depois de tudo isso? É como se tudo fizesse eu me afastar de você. É como se eu sentisse que você não quer minha proximidade, que se sente desconfortável com meu afeto. E assim eu continuo, me aproximando, só pra me afastar depois, e nesse vai-e-vem cansativo, minhas esperanças ascendem e apagam, e você não sente o quanto machuca? Cansei de tudo isso, cansei de esperar, cansei de perceber que mais pessoas tem o que eu tanto quero, cansei de você. E de repente, um sorriso, um olhar, e o que eu sonhava acontece, e depois o sofrimento, e parece que apesar de tudo, eu nunca aprendo não é mesmo? Nada vai acontecer. E isso machuca, e dizer isso dói, muito. E supostamente, nem era pra doer. 

Débora Taíne Bosse