Você vai rir, se eu te contar sobre as coisas que ando pensando. Não são complexas, só um pouco estranhas, sabe. Eu ando imaginando morar em uma casa... Uma bem pequenininha. Um quarto, uma sala junto com cozinha, um banheiro e uma varanda. A cama seria grande e de mola, estaria sempre desarrumada e com muitos livros em cima. A sala teria uma pequena televisão, um toca disco vermelho, um sofá fofo, uma estante de filmes, livros, álbuns de fotografias e caixas que eu nunca lembrarei o que tem dentro. Uma cozinha simples, fogão, mesa e geladeira. A decoração seria confusa... Sem combinações e apenas algo que me agrade, tornando aquele cenário novo de estilo largado. Eu sentaria na varanda em uma rede e tentaria desenhar algo em meu caderno velho já amarelado. O vento balançaria as árvores por perto criando um som tão agradável. O jardim mal cuidado e com poucas flores me faria rir. Nessa casa tão pequenininha e aconchegante existiria um pouco de espaço sobrando: Um dos lados da cama para você dormir. Um pedaço do sofá para deitar e assistir meio apertado algum filme antigo. Algumas prateleiras para encher com as suas fotos, seus filmes, seus livros e suas caixas misteriosas. Um dos lados da mesa e a metade do que houver na geladeira. Também haveria um pouco de você, um detalhe só seu em cada coisa. Ambos deitaríamos na rede, um do lado do outro, cúmplices naquela fuga de rotinas. E lá riríamos juntos do jardim que não cuidamos. Brigaríamos por algum motivo idiota e faríamos as pazes em seguida. Eu tentaria te desenhar e você escreveria canções sobre os meus defeitos que você tanto adora. Pode até parecer meio bobo pensar nisso agora, mas seriamos felizes, você não acha?!
Mari
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