quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Você já experimentou a estranha sensação que é não sentir nada? É como se o tempo parasse, o sol ou a chuva não importassem mais, como se a dor e a saudade de repente sumissem, o nervosismo, a timidez, a felicidade, os sonhos, tudo se esvaíssem, como se quisessem fugir, enquanto você permanece sóbria? Você fala, mas suas palavras não fazem sentido nenhum, e se fizessem, você não se importaria, você não está mesmo ouvindo, pensando nelas. Pelo menos eu sabia que não fazia diferença, afinal, quem as ouvia também não prestava atenção. É o que o reencontro proporciona: Nada. Um vazio imenso, e quando você o deixa partir de novo, a saudade, aquela que se encontrava adormecida, desperta, e faz doer, parte de novo o coração concertado, abre novamente a cicatriz curada, o rosto que já estava seco, volta a se molhar com as lágrimas de tristeza. É, essa estranha sensação que é não sentir nada, tem explicação: Amor. E agora quem nunca experimentou?
Débora Taíne Bosse

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E se.

Até hoje me pergunto qual foi o propósito de você ter me mandado tomar essa decisão, mãos atadas, sem escolha, eu me obriguei a te dizer não. Ver você virando as costas pra mim, partindo, me fez pensar como poderia ter sido, se eu dissesse sim, se eu largasse tudo e fosse correndo pros seus braços. E se eu tivesse sido menos covarde, e tivesse dito que te amava, no momento certo, sem atraso? E se eu tivesse te pedido pra não ir embora, pra não me abandonar, será que você faria isso por mim? E se depois de tudo, ainda houvesse tempo pra nós dois? Se os dias passassem e cada dia nosso amor ficasse maior e mais bonito? E se nós tívessemos nossos três filhos e fôssemos felizes para sempre? Tomar essa decisão, tirou um pedaço de mim, um pedaço do meu coração que claramente estará sempre em suas mãos. E toda vez que eu lembro de você partindo, eu penso que você sempre será o grande "e se" da minha vida.
Débora Taíne Bosse.